domingo, 17 de fevereiro de 2013

E aí me perguntaram: Por que você parou?
Falta de inspiração, falta de problemas, ou excesso deles. A vida voa e embaralha tudo, tira do lugar depois coloca de volta, destampa a garrafa pra tampar o cantil, liga o ventilador e pega o edredom, faz sinal pro ônibus mas resolve ir de taxi. A cabeça pensa demais, as idéias se organizam de menos - pensa, repensa e dispensa.
Escrito pela última vez em Novembro de 2011. A mesma ânsia, os mesmos dilemas, a inquietação pela ansiedade do que não sabe por aquilo que ainda nao tem mas que queria ter.
É mais ou menos assim.
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desatino e imperfeiçao

Resolveu que ia mudar. Sua cabeça parecia uma colméia de abelhas atingida por uma pedra, pensamentos desordenados, confusão, barulheira e algumas picadas. Uma decisão e tanta preguiça, ou falta de força de vontade para fazer-la sair do mundo das idéias pra vida existida. Não sabia ao certo o que queria mas sabia o que não queria, e isso já a tirava do zero.
Foi naquela dúvida do ir ou não ir que ela ouviu: “uma hora você vai ter que enfrentar”, e enfrentou. De cabeça erguida, sorriso no rosto e coração apertado – embora ninguém pudesse ver. Passou por situações que não imaginava, viu o que não quis, mas o pior foi não ouvir o que planejava ouvir. Já sabia, tinha certeza, contudo preferia não acreditar naquilo que o mundo inteiro tentava jogar na sua frente e sem cerimônia alguma.
“O amor é o ridículo da vida”, lembrava de Cazuza com os olhos rasos de lágrimas, procurando uma pureza que não existia, tentando trazer aquela pessoa que só existia no mundo das idéias pra dentro daquela outra que existia no mundo real. Seria preciso destruir um castelo de concreto duro que parecia ter inúmeros andares no subsolo –castelo que, na vida, não passava de um montinho de areia molhada.
Espera que a maré boa já vem

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

eternamente apaixonada

O que inspira hoje é o que inspira sempre, seja por excesso, falta, inconstância ou disparidade. É o que muda vidas, que acontece por andarmos tão distraídos, que surpreende a cada segundo, e o mais incrível, que consegue se inventar e reinventar dia após dia.  Porque não esgota, não é único, pessoal e intransferível, surge várias vezes ao dia, durante a vida toda, se acumula e não tem limites pra crescer.
Fala uma língua diferente, às vezes não fala mas olha, e só de olhar, se comunica. E o que pode não ser entendido é que não precisa ser programado nem escolhido. Não é só com morenos de mais de 180cm – é com aquelas que estão sempre ali, com aqueles que moram perto, os que moram junto e até com os de quatro patas  - e acima de  tudo, traz muita, mas muita felicidade.
Maravilhoso  é ver que a cada ano que passa o amor de quem já se amava cresceu quando se imaginava que já não tinha mais para onde expandir, e descobrir novos amores brotando como aqueles matinhos que nascem sem que nenhuma semente tenha sido colocada na terra.
O amor pode ser cego e piegas, mas... que seja, prefiro ser piegas e amar muito, todo dia.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sempre pronta pra mais uma

Chega sem avisar, depois de tanto tempo longe... Vai embora sem dizer o porque, deixando rastros e alguns arranhões. Volta como se nunca tivesse ido, vai e vem novamente como se fosse a primeira vez que tivesse chegado - e  ela fica alí, tola, impassível, porque não é importante – tanto faz como tanto fez.
Mentira.
Segue com os olhos, sente calafrios, palpitações, calores de instintos que não consegue controlar. Afinal é madura demais pra se incomodar com essas coisas, veja só. Logo ela, tão vivida, tão calejada, que sabe predizer exatamente tudo o que vai acontecer, que ensina aos outros como agir buscando o resultado que se deseja, tão segura, firme, calculista. Logo ela...
Tão boba mentindo pra sí mesma.
         Comigo tá tudo bem, oras! Eu sou mulher, eu sou de ferro, resisto à chuva, ao sol, à neve... eu gosto da dor embora seja forte demais para senti-la – nunca dói. Vou continuar aqui onde estou sempre pronta para mais uma.
Onde estou sempre pronta pra mais uma...lorota.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Lá fora

Lá fora está cinza, aqui dentro também. As paredes brancas do quarto parecem se aproximar cada vez mais da cama, ou se afastar? Não sabe se a sensação é a de prisão ou a de excesso de espaço, de uma forma ou de outra: solidão. Engraçado como é estar num lugar cheio de pessoas e se sentir só. Esperar dar cinco horas da tarde e ficar parada na esquina de Rio Branco com Presidente Vargas, já tentou? É uma solidão tremenda. Pra fugir busca um lugar mais tranquilo, uma beira de mar em dia nublado, onde não haja ninguém para compartilhar coisa alguma e mais uma vez se sente só. Talvez a solidão esteja aqui dentro, e não lá fora, no dia embassado de proximidade ao natal, em que as pessoas lá fora parecem ficar mais falantes, eufóricas, agitadas, e essa angustia aqui dentro. Inquieta demais para curtir uma tarde vazia, mas preguiçosa demais para se movimentar, e a inquietação passa do corpo para a cabeça, o corpo não se movimenta, mas a cabeça já cansou de cruzar a linha de chegada, e passando por percursos diferentes.

 (16/11/10)

sábado, 14 de maio de 2011

Tudo pode

Prometo que é o ultimo da série revolta!


Queria que alguem me explicasse.
Bonitinha é feia arrumadinha, mas dá pra pegar. Se tem carro eu to dentro,  se tem camarote eu passo mal. Quanto maior o salto maior o tombo.
Os cachorros tão mijando nos postes, me sinto um peixe fora dágua, ou pior, um peixe no meio do deserto do saara. Como tentar entender o que parece não merecer um entendimento?
Quanto maior a bunda melhor, se não tem peito bota silicone, se é gordinha usa cinta. O que tem por dentro realmente não importa. Tá na moda ser vazio, completamente oco. Pra que respeitar se tem tanta gente no mundo? Maltrata daqui mas amanhã voce não vai ver mais mesmo... E se ver é simples: finge que nada aconteceu, vai que cola. (E se colar maltrata mais um pouquinho só pra não perder o costume)
Voce não po-de ser feliz sem três coisas: um corpo sarado, dinheiro no banco e muuuuuita mulher/homem a volta – pra que um(a) só? O negócio é esbanjar. O pior: tem dado certo.
Dica: saiu com alguem? Não ligue no dia seguinte, não procure durante um tempo, mande uma mensagem de madrugada deixando bem claro que é sua última opção, pegue de novo, depois pegue outrem na frente dele(a), de preferencia conhecido. Pronto: A  pessoa está perdidamente apaixonada por você.

Que mundinho fétido.


Nunca, jamais diga o que sente. Por mais que doa, por mais que te faça feliz. Quando sentir algo muito forte, peça um drink.
Caio F.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Na cabeça de mil mulheres

Inspirado nas crises (de tpm ou nao) de muitas mulheres...                         

                  Aos poucos ela via que muitas coisas perdiam o sentido. Se quando era criança acreditava em príncipe encantado montado no cavalo branco, hoje, depois de tantos tombos, fissuras, hematomas e lágrimas, muitas lágrimas, tinha que lutar contra sua história para continuar acreditando no amor, palavra que já causava certa incompreensão. Porque bastava olhar para o lado e ver no que os príncipes encantados da infância haviam se transformado: homens altos, queimados de praia, músculos aparentes e uma força bruta que às vezes não permitia que subissem no cavalo branco, porque legal mesmo era andar num de tração nas quatro rodas.
                Muitas vezes se questionava se precisava mesmo daquilo: era obrigada a arrumar um parceiro? Alguém pra compartilhar suas alegrias e tristezas, alguém que sanasse as carências que ela mesma não conseguia suprir? Não sabia responder. Porque quando saía a noite acompanhada de inúmeras amigas, com a cabeça e o corpo dominados pelo álcool, se descobria  tentando, às vezes pateticamente, parecer ser uma pessoa cem por cento feliz com sua condição. E nesses momentos era usual encontrar algum caso antigo, geralmente acompanhado de uma atual na-mo-ra-da -  nessas horas não saberia descrever o sentimento, sensação de esmagamento no estômago, de não saber o que fazer, e de sentir vergonha, muita vergonha. Vergonha por conseguir ler os pensamentos do outro: “olha ela lá, um ano que se passou e ela continua bêbada, descabelada... e sozinha”.  E sozinha...
              

(recorrendo ao clichê: antes só do que... embora, boba ou nao, acredite em amor)