quarta-feira, 11 de maio de 2011

Na cabeça de mil mulheres

Inspirado nas crises (de tpm ou nao) de muitas mulheres...                         

                  Aos poucos ela via que muitas coisas perdiam o sentido. Se quando era criança acreditava em príncipe encantado montado no cavalo branco, hoje, depois de tantos tombos, fissuras, hematomas e lágrimas, muitas lágrimas, tinha que lutar contra sua história para continuar acreditando no amor, palavra que já causava certa incompreensão. Porque bastava olhar para o lado e ver no que os príncipes encantados da infância haviam se transformado: homens altos, queimados de praia, músculos aparentes e uma força bruta que às vezes não permitia que subissem no cavalo branco, porque legal mesmo era andar num de tração nas quatro rodas.
                Muitas vezes se questionava se precisava mesmo daquilo: era obrigada a arrumar um parceiro? Alguém pra compartilhar suas alegrias e tristezas, alguém que sanasse as carências que ela mesma não conseguia suprir? Não sabia responder. Porque quando saía a noite acompanhada de inúmeras amigas, com a cabeça e o corpo dominados pelo álcool, se descobria  tentando, às vezes pateticamente, parecer ser uma pessoa cem por cento feliz com sua condição. E nesses momentos era usual encontrar algum caso antigo, geralmente acompanhado de uma atual na-mo-ra-da -  nessas horas não saberia descrever o sentimento, sensação de esmagamento no estômago, de não saber o que fazer, e de sentir vergonha, muita vergonha. Vergonha por conseguir ler os pensamentos do outro: “olha ela lá, um ano que se passou e ela continua bêbada, descabelada... e sozinha”.  E sozinha...
              

(recorrendo ao clichê: antes só do que... embora, boba ou nao, acredite em amor)

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